[RP Fechada] Remember to the Pass, This Save your future

Harleen acabava de chegar de mais uma de suas missões, apesar do rosto coberto pela máscara, seus olhos estavam cansados pelas mortes que tinha presenciado. Crianças, mulheres e homens todos mortos por algo que sequer tivera ideia do que fosse, mas como a ordem do Grande Mestre era explícita, principalmente vindo de forma direta, a mesma havia ido até o local. Seus cabelos escarlates tremulavam lentamente ao vento, as vestes douradas reluziam a luz do sol vespertino  -Quantas mortes mais serão necessárias para a paz?- murmurou baixa e um tanto abafada ainda nas paredes de sua própria "casa" enquanto fintava o horizonte de escadas subindo até o salão do grande mestre -Eu preciso ir logo...-


Aos poucos a amazona foi subindo as escadas e aos poucos conseguia sentir o perfume que exalava da ultima casa do zodíaco, mesmo estando ela a metros de distância. Sua caminhada foi lenta, cansativa e repleta de pensamentos furiosos e ao mesmo tempo que buscavam a paz daquele mundo, mas como poderia fazer aquilo sozinha? sendo ela um pequeno fio no grande tear do universo?  Pouco tempo depois parou ante a casa de peixes colocando o pé no primeiro degrau que subiria para a casa -Com permissão do cavaleiro que protege esta casa, eu gostaria de passar - a voz baixa da amazona parecia ecoar por todo aquele local. Apesar de sua constelação, a voz era suave , aguardou alguns momentos e virou-se de costas para a escada retirando a máscara para aproveitar a luz do sol.

Os raios de sol cruzavam o a entrada da décima segunda casa, Albafica se fazia presente no interior de sua morada trajando a sagrada armadura de ouro de Peixes e pronto para defendê-la como sempre deveriam estar os santos de Athena.

Estava um pouco cansado, pois como de costume, acabava de chegar do vilarejo de Rodorio, lugar onde o homem conhecido por ser o mais belo e misterioso dos cavaleiros de Athena costumava caminhar diariamente sozinho para espairecer, muitos acreditavam que ele detinha um carinho diferenciado pelo lugar, apenas deduziam é claro já que ninguém era próximo o bastante para poder fazer-lhe esse tipo de pergunta... Ou qualquer pergunta que fosse.


- Hm... Esse cosmo?! – Sentiu se aproximar de sua morada o cosmo de um de seus companheiros cavaleiros de ouro. Já havia recebido a mensagem de um soldado de que o Grande Mestre convocou a amazona de Escorpião e por isso deveria deixá-la passar por sua casa e anular o jardim de rosas diabólicas que cobriam a escadaria até o salão do grande mestre.

Passos lentos podiam ser ouvidos provenientes do interior da casa de peixes, a luz do sol refletia o brilho dourado de sua armadura e a brisa tocava sua pele lançando seus longos cabelos azuis ao vento dando uma elegância ainda maior á sua caminhada. Quando chegou na entrada da morada, avistou a escorpiana, Harleen parecia estar pensativa embora não pudesse ver seu rosto já que estava de costas para o holandês.


- É um prazer recebê-la, Harleen. O Grande Mestre está á sua espera. Eu não irei impedir sua travessia... – Seu tom de voz baixo era doce e sereno como a brisa que os tocavam naquele momento. – ...Você só deveria tomar cuidado ao estar sem sua máscara na presença de um cavaleiro... – Sorriu suavemente. Por mais que não pudesse ver seu rosto, ele notou que ela não estava fazendo uso de sua máscara já que a mesma se fazia presente em sua mão. Seus olhos analisavam cada movimento feito pela amazona, era costume seu manter o olhar atento e penetrante.

Não era impossível para a amazona sentir a fragrância das rosas que muitos diziam ser as mais venenosas e mortais de todo o santuário, apesar dela mesma estar acostumada a venenos desde pequena, sabia que não deveria menosprezar as habilidades do santo de peixes. Enquanto aguardava a presença do mesmo, retirara a máscara que protegia sua identidade dos outros cavaleiros e projetava o rosto para o sol de forma que pudesse sentir os raios quentes em sua pele. Algo que não acontecia a muito tempo. Ao longe conseguia já sentir o cosmo do cavaleiro protetor daquela casa " Que cosmo agradável" pensava enquanto enquanto sentia ainda o sol sem perceber que o cavaleiro já estava perto " Tão agradável quanto uma rosa..."

Envolta em seus próprios pensamentos, Harleen não havia notado a presença do cavaleiro de peixes e ouvindo a voz do mesmo acabou por assustar-se colocando a máscara de forma apressada. Ainda um tanto fora do lugar, a máscara já escondia a identidade da amazona e esta ao virar-se conseguiu vislumbrar a bela imagem do cavaleiro de peixes - Perdão senhor - a mesma falava com um pouco de cuidado e logo dava alguns passos para frente - N...não esperava que estivesse presente em sua casa - a mesma exitou na forma a qual falava e logo fez uma pequena reverencia formal para o mesmo - S...se me permite, irei ao encontro do grande mestre... e agradeço o conselho sobre a máscara... eu ainda não me acostumei com a nova... -

O anuncio de sua chegada pareceu ter pegado a amazona de surpresa, ela rapidamente apresou-se em vestir a máscara e então se virou já com o rosto coberto. Sua fala tremula demonstrava algum desconforto, apesar das palavras gentis.

“Hm?” – Ao notar a aproximação de Harleen por um momento a beleza das curvas da garota chamou sua atenção. Contudo, logo voltou a si quando a viu prestar  reverencia diante a sua presença.

“ Mas que garota é essa?! Ela é a primeira pessoa  no santuário que parece não temer o meu sangue...” -  Aquela situação era um tanto quanto estranha, claro que Albafica afastava as pessoas com sua postura, mas até então ninguém o havia tratado com tanta “normalidade”. “ ... Talvez ela simplesmente não saiba quem eu sou.”


- Está tudo bem, não precisa se desculpar. – Estendeu seu braço direito como quem fosse impedir a “reverência” da jovem, mas hesitou quando se lembrou do veneno que corre em suas veias, ele então recolheu o braço e inclinou um pouco a cabeça de forma que sua longa franja ocultasse seus olhos e escondesse a expressão de seu rosto, era assim com o rosto coberto que ele caminhava todos os dias em Rodorio.


- Somos dois cavaleiros de ouro, estamos equivalentes em poder e importância para o reino. Somos iguais... Eu também me tornei cavaleiro á pouco tempo, embora viva na décima segunda casa desde quando era um bebê. – divagava.

“O que eu estou fazendo?! Preciso ter mais cuidado!” – Mesmo sendo uma amazona de ouro, Albafica não podia arriscar a segurança dela.


- Aliás, eu sou Albafica de Peixes. O grande Mestre está a sua espera, Harleen. – concluía ainda com o rosto coberto.  Por baixo dos fios, o santo estava pensativo o carisma daquela garota o fez agir como á muito tempo não agia.

“ Quem é você, Harleen de Escorpião?...” - O jovem não podia se permitir criar laços com outra pessoa, nem mesmo seu pai sobreviveu ao veneno que corre em suas veias.

Harleen não conseguia entender o porque a beleza daquele homem lhe chamou a atenção "  Belo e suave como uma rosa repleta de espinhos" pensou depois de atrapalhar-se completamente com a presença e os conselhos daquele cavaleiro "  Foco Harleen... você tem uma missão a entregar" a amazona se forçava mentalmente enquanto ouvia as indagações do cavaleiro - Desde um bebe? - a amazona indagou um tanto alto - Então o senhor deve ser o cavaleiro mais habilidoso deste santuário  -

Harleen começava a andar para o interior da casa de peixes elevando um pouco o rosto para sentir melhor o perfume das rosas daquele local, mesmo esse estando tão fraco - Disseram-me para ter cuidado quando viesse aqui  - a amazona começou de forma delicada, o que contrastava em muito com sua constelação protetora - Disseram que as rosas deste local são as mais venenosas que existem, que a simples brisa carregada pelo perfume das mesmas é capaz de matar  - a amazona seguia em frente de forma calma - Mas fui treinada desde cedo a aguentar os mais mortais venenos existentes... acho que as rosas seriam um bom teste em um futuro  - e ai estava... sua impulsividade fazia-se presente novamente. Parecia estar vendo o fogo belo e brilhante a sua frente e decidiu jogar-se no mesmo de braços abertos - D...Desculpe senhor... Não queria dizer tais bobagens  - a amazona seguiu em silêncio esperando pelo protetor da casa que poderia guiar a mesma pelo local.

- Nem tanto! Eu ainda sou jovem comparado aos outros. Aliás, acho que somos os cavaleiros de ouro mais jovens do santuário. – Respondeu a indagação inicial de Harleen. Depois o santo seguiu caminhando dois passos atrás da bela amazona em direção ao interior da décima segunda casa.

Sentiu um aperto no coração ao ouvir da garota que já a haviam alertado sobre o perigo da casa de peixes, por um segundo pensou que fosse por sua presença e perigo, mas logo se aliviou de certa forma ao saber que se tratava apenas das rosas diabólicas.


- Sim, tome muito cuidado. Embora eu tenha absorvido o veneno das rosas para te receber elas ainda podem conter toxinas. Foi justamente para conviver com estas rosas que eu tive que ser treinado desde a infância.  – Contava. Era estranho como se sentia confortável na presença dela, com exceção de Rugonis, Albafica nunca havia se sentido assim.


“ Treinada para suportar venenos? Isso é impossível! ”– Estalou os olhos ao ouvir sobre sua resistência aos venenos, teria o destino enviado a ele novamente uma pessoa com quem pudesse conviver? Por um momento sentiu uma alegria que há muito não sentia acalentar seu coração, talvez Harleen fosse capaz ser seu próximo laço de flor.


- Pare de se desculpar. Na verdade você é a primeira pessoa com quem converso de maneira informal em muito tempo... Parece ser alguém legal, Harleen.  Acho que conviver com veneno faz isso com as pessoas afinal.  E eu jamais lançaria minhas rosas diabólicas contra uma dama, esqueça essa idéia. – Pela segunda vez naquele dia sorria suavemente, era claramente um dia atípico.  Seguia caminhando lenta e suavemente pelo interior da casa de Peixes poucos passos atrás de sua visita.

" Ele me considera uma dama ?" o pensamento se instalou na mente da amazona que logo sentiu as bochechas esquentarem em vergonha ao comentário do santo de peixes, mesmo que este não pudesse ver , mas sua mente também a fez relembrar algo que a deixou um tanto triste sobre o comentário do cavaleiro  " criado desde a infância para suportar os venenos daquelas rosas... seriam elas tão mortais assim?" aquilo de certa forma lhe fez lembrar as pequenas sessões de injeção que sofria quando mais jovem "  Sem dor... nunca estaria onde estou  " pensava enquanto esperava o momento para quebrar o silêncio  - Deve ter sido solitário... - a amazona indagou sentindo um vento frio entrar pelo local e bagunçar um pouco seus fios escarlates - Digo... treinar somente na compania das rosas  -

Harleen parou e virou-se para o cavaleiro sem muito medo. Seu cosmo estava baixo em respeito ao irmão de armas, mas estranhamente não era possível sentir a ferocidade de antares em sua alma. Algumas mechas avermelhadas caiam sobre a máscara pálida - Seria imprudência de minha parte perguntar como foi vosso treinamento, Senhor Albafica? - era a primeira vez que Harleen fazia uma pergunta direta ao santo, mas logo se arrependia da mesma e virava de costas com vergonha - n...não precisa responder se não quiser... eu só... fiquei com dúvidas... - a amazona acabava se enrolando nas próprias palavras - O senhor é tão... belo ... que é difícil acreditar nas coisas que falam sobre o santo de peixes... - sua fala era baixa e logo continuava - Tão venenosos quanto as flores do jardim... Uma rosa envolta em espinhos venenosos que mata com um pequeno toque ...- a mesma parou de falar deixando o silêncio ser quebrado por seus passos novamente

O trajeto até aquele momento era um tanto quanto silencioso. Sua mente se perdia em pensamentos buscando entender como alguém como aquela amazona poderia ser capaz de sobreviver á um treinamento para suportar venenos, ele sabia bem o quão árduo e quantas perdas esse tipo de treinamento podia trazer.

Foi nesse momento que o santo foi surpreendido pela pergunta da garota, imediatamente ele cessou sua caminhada por alguns instantes. Tentou mas não conseguiu disfarçar o fato de estar surpreso com a pergunta, afinal nunca haviam a feito diretamente ao pisciano, embora ele soubesse que muitos comentavam sobre o assunto no santuário.


- Está tudo bem. Eu fui trazido por Rugonis de Peixes quando ainda era um bebê para a décima segunda casa, até onde sei enquanto ele se abrigava em uma cabana abandonada na Holanda após cair em uma armadilha de espectros de Hades ele por acidente acabou sangrando em mim, eu estava envolto á um manto, parece que me abandonaram no lugar... – Respirou fundo e virou o rosto para o lado nitidamente abatido antes de prosseguir: - O sangue venenoso de Rugonis deveria me matar em poucos minutos, mas para salvar minha vida ele acabou me passando parte de seu cosmo e iniciou um ritual eterno que acabaria causando sua morte. Meu treinamento foi ao seu lado então estranhamente... Treinar aqui com essas rosas diabólicas foi a melhor época da minha vida já que meu pai e mestre ainda estava aqui comigo.

Ao ouvir o comentário sobre sua beleza a tristeza em seu coração apenas aumentou, todos apenas o conheciam por ser “belo e mortal”, mas ele sempre quis ser mais que isso, Albafica apenas tentava proteger á todos e simplesmente não podia se relacionar com eles, novamente tombou a cabeça para que seu rosto fosse ocultado por suas madeixas.


- Infelizmente eles têm razão, meu pai morreu envenenado pelo meu sangue e este sangue é minha maior arma então sim... Acho que sou uma rosa repleta de espinhos – respirou fundo e sorriu ainda que estivesse nitidamente escondendo sua dor: -... Mas meu pai costumava dizer que as rosas conseguem manter seu resplendor graças aos espinhos, então tudo bem pagar esse preço.

Permaneceu alguns segundos em silêncio, estava com os punhos fechados e os forçava como quem tentava esconder sua dor, não costumava contar sua história a ninguém, porém Harleen  poderia ser a única pessoa capaz de entender o pisciano, todavia não poderia deixar transparecer sua dor por mais difícil que fosse.

- Não fique com vergonha de perguntar, acho que você não tem tanto medo de mim quanto o resto do santuário... Isso é bom! – novamente sorriu.

" Seu treinamento foi solitário... " a amazona sentia um certo pesar conforme o santo de peixes falava sobre seu treinamento e sua triste história de certa forma, já que ambas estavam conectadas  "Não teve a opção de escolher se queria ou não virar um cavaleiro de Athena... mas fico feliz que esteja aqui entre nós" ela continuava pensando até que conseguia notar a tristeza que o mesmo parecia soltar  "  O que eu posso fazer para reverter isso  " Apesar de uma feroz amazona, Harleen ainda tinha seus momentos como uma menina   - Não acho que deva ouvir o que os outros dizem - Harleen iniciou a fala sentindo o rosto corar completamente - Não se deve julgar uma pessoa por sua aparência. Antes da Lei de Athena, muitos faziam isso com as mulheres e hoje provamos ser tão fortes e habilidosas quanto um homem -

Harleen por um momento sentiu-se orgulhosa e uma tola pelas palavras que havia proferido - Senhor Albafica, eu não sinto medo pois sei agora que compartilhamos a mesma sina -Harleen falava baixo enquanto continuava seguindo em frente pouco a pouco deixando que o santo seguisse a sua frente  - Espero que eu não tenha sido invasiva em sua privacidade  - a amazona mantinha a voz baixa esperando qualquer reação do mesmo. Seus olhos azuis apesar de tampados pela máscara, tinham um curiosos brilho que parecia se interessar mais e mais na história do Santo de peixes, mas seria melhor não falar nada.

“...Não pensar no fim é o que faz de mim uma chama contra o vento, resistindo à dor em meio à tempestade...”

O seu triste legado não deveria ser motivo para se deixar abater naquele momento, o santo guardião da décima segunda casa sabia reconhecer o esforço daquela bela jovem em tentar o manter animado, parecia realmente se preocupar com ele mesmo havendo acabado de conhecê-lo.


“ Harleen, porque se importa tanto com minha tristeza? Sua vida não foi mais fácil que a minha eu tenho certeza!” – Olhou para ela fixamente.  Por um momento  desejou saber como estava seu rosto por trás daquela máscara,  tomou a dianteira da caminhada e seguiu andando na frente da bela amazona de Athena.


- Obrigado Harleen, você é boa com as palavras para uma novata, sabia?! – Dizia enquanto caminhavam rumo á saída da décima segunda casa.

A tristeza da lembrança de seu passado começava a dar lugar á um conforto e certa paz de espírito, pela primeira vez em anos ele estava falando de seus sentimentos abertamente para alguém que verdadeiramente o entendia e se importava com ele.  Havia algo naquela mulher que o prendia algo que fazia com que o “Veneno Encarnado”, como era conhecido, não quisesse deixá-la partir embora nem mesmo ele soubesse de fato o que era.

Correu a palma da mão direita em seu rosto retirando a franja e jogando-a para o lado, os raios do sol e a brisa refrescante anunciavam a saída da casa de Peixes:


- Ai está Harleen, este é o jardim de rosas diabólicas! Viu só? É bem menos aterrorizante do que dizem por ai. – Brincava. Cessou seus passos e se virou ficando de frente para a amazona, por mais que soubesse que ela estava cumprindo o chamado do Grande Mestre e precisava se apressar, o holandês pretendia fazer aquele momento durar o máximo que pudesse.


- Sabe o que me intriga? – Questionou olhando-a diretamente no rosto coberto pela máscara: - Muitos falam de minha beleza, mas eu sei que por baixo dessa máscara está alguém com traços tão belos quanto os meus e, além disso, um corpo muito mais frágil...  Eu sei que só suportei esse fardo por ter meu pai adotivo e mestre do meu lado, mas e você Harleen, como conseguiu se tornar tão imponente e poderosa a ponto de visitar o "Veneno Encarnado" e sequer ter medo de mim?


A sua frente estava o imenso jardim de rosas vermelhas que cobriam as escadarias até o templo do grande mestre, o brilho escarlate dos fios da amazona contrastavam perfeitamente com  tom das pétalas das rosas de Albafica deixando o cenário ainda mais belo, era impressionante o efeito que aquela mulher causou no cavaleiro de Peixes, por um momento ficou sem reação apenas observando admirado a beleza da cena anteriormente descrita, parecia estar fora de seu corpo, era notório.

" O que deve passar na cabeça deste cavaleiro? " Apesar de parecer centrada no objetivo de ir até o grande mestre, a mente de Harleen estava envolta em pensamentos que jamais imaginou ter   "O que me atrai tanto nesta  pessoa " o pensamento continuava enquanto a amazona ouvia as doces palavras do cavaleiro que a fizeram corar por baixo da máscara   "  Meu mestre dizia o mesmo... " a garota acabou soltando uma risada baixa olhando pela primeira vez os longos fios azulados que caiam em cascata pelas costas do rapaz , se o rosto estivesse descoberto, provavelmente seus olhos estariam brilhando naquele momento  -er...obrigada... - era notável a vergonha em sua voz. O silêncio novamente perdurou por um bom tempo até que a amazona sentisse a brisa perfumada que corria naquele corredor , aos poucos era possível ver o céu azul e a sua frente um grandioso tapete avermelhado, o famoso jardim de rosas.  - Que lugar lindo - murmurou após a apresentação de Albafica sobre aquele lugar  - São tão belas quanto aquele que cuida desta casa - a amazona acabou soltando e quando notou acabou abaixando levemente o rosto  - Desculpa... - soltou sentindo o rosto completamente vermelho por baixo da máscara.

Frente a Frente , Harleen conseguia fintar as orbes azuladas do cavaleiro de peixes de forma a perder-se de certa forma; sentia como se estivesse mergulhando em um profundo mar tão cristalino que sentia sua alma ser sugada, mas a indagação do mesmo a fez voltar a realidade tão rápido quanto havia saído - Meu mestre adorava os escorpiões e animais venenosos  - a garota então sorriu tirando o cabelo do lado esquerdo e demonstrando pequenos furos que muito se assemelhavam a constelação que lhe protegia agora - Cada dia eu passava por uma longa sessão de injeções diretas de puro veneno de serpentes , escorpiões... plantas ... tudo o que o senhor possa imaginar - era possivel ouvir sua voz se tornando mais baixa a medida do tempo - Os outros recrutas morreram... Por divina intervenção de Athena, eu sobrevivi a todos esses anos e ganhei isto como prova de ter passado naquele longo teste - a amazona suspirou por um momento. Seus olhos fintaram o o jardim nas costas do santo dourado  - Por este motivo não lhe temo... e não sou imponente e poderosa como diz... ainda me sinto uma aprendiz -  a amazona então soltou os fios avermelhados deixando-os balançar ao sabor do vento suave - Se me permitir, eu gostaria de voltar aqui depois de conversar com o grande mestre. -

Outra vez sorriu ao ouvir o comentário feito sobre sua beleza, o santo notou que o mesmo havia sido feito de forma involuntária e espontânea causando certo desconforto em sua companheira.


- Eu já disse que você se desculpa demais? - Caminhou em direção a amazona e levou sua mão direita até o queixo da garota que se fazia cabisbaixa levantando suavemente seu rosto.

Estava perto o suficiente para sentir o doce aroma da pele de Harleen, mal que parecia que naquele organismo também corria os mais diversos tipos de veneno. Ele ouviu atentamente a história da escorpiana com certa admiração no olhar.


- Você é ainda mais incrível do que aparenta, não sobreviveria á esse tipo de treinamento se não fosse poderosa não estaria diante de um cavaleiro de ouro trajando uma veste semelhante á minha.


Como previsto, o treinamento de Harleen também havia sido repleto de mortes e perdas  mas ainda assim ela se mantinha firme e transparecia plenitude, era tão imponente quanto o pisciano por mais que negasse o fato de o ser.


- Somos mais parecidos do que imagina, Harleen.  – Comentou ao ver a cicatriz da amazona, involuntariamente, a mão que estava no seu queixo correu pelas marcas que representavam a constelação de escorpião.

- Me desculpe! – Recolheu a mão ao sentir a pele da amazona arrepiar: - Foi involuntário, sinto muito. – Olhou novamente para o jardim de rosas de forma a tentar esconder sua vergonha por tocá-la involuntariamente.

- Será um prazer recebê-la, estarei aguardando ansioso. – Fitou novamente o rosto coberto pela mascara, já havia perdido as contas de quantas vezes havia desejado ver a expressão por baixo do artefato desde que Harleen chegara á sua morada.  

"Harleen..." - A amazona havia de fato intrigado Albafica.

Era impossível não notar que a amazona sentia-se confortável ao lado de Albafica e daquelas belas rosas que compunham o jardim, mas o que realmente era o sentimento que Harleen começava a desenvolver naquele momento? " Porque esta vontade de abraçar o santo de peixes? " sua mente envolta naqueles pensamentos sequer percebia de forma concreta as coisas que falava para o mesmo   " porque não consigo terminar essa conversa e seguir em frente? " sua tristeza ajudou a pensar por poucos segundos, mas o toque do de Albafica em sua pele a fez sentir todo o corpo estremecer por completo. Era a primeira vez que era tocada por alguém que não fora seu mestre durante as sessões de envenenamento, era a primeira vez que sentia o calor de outra pessoa e conseguia sentir-se bem com aquilo  - N...Não precisa se desculpar - a amazona riu baixo notando a timidez por parte do santo dourado  - Foi a primeira vez que alguém me tocou assim, mesmo que involuntariamente - comentou baixo levando então a mão até o local tocado pelo santo dourado  - Bem, o grande mestre me espera - a amazona acabou falando , mas não caminhou direto para as escadas; Harleen parou ao lado do cavaleiro o abraçando - Não vire o rosto agora  - sussurrou enquanto terminava de colocar a cabeça sobre o ombro direito do cavaleiro e com a mão esquerda passando por seu pescoço retirava a mascara rapidamente para assim depositar um beijo sobre a bochecha do rapaz e logo recolocar a máscara para então partir - até daqui a pouco, senhor Albafica  - a amazona falava indo em direção a longa escadaria que daria a seu próximo destino.


No caminho de rosas, Harleen sentiu certa vontade de olhar para trás e observar o cavaleiro de peixes uma segunda vez, mas deteve-se quando pode sentir o cosmo do grande mestre, como se a chamasse para a audiência pós missão  - Eu preciso entregar logo isso...  - a garota pronunciou baixo enquanto corria pelos degraus da escada.
Já no salão do grande mestre Harleen colocava-se de joelho ante o grande patrono retirando a máscara que era permitida - Mestre desculpe o atraso, mas estou aqui para relatar a missão mais uma vez bem sucedida - a amazona falava formalmente enquanto o homem apenas em silêncio observava - Não conseguimos encontrar nenhum resquício físico do inimigo, mas salvamos todos os que precisaram naquela aldeia. Felizmente poucas foram as baixas civis- havia tristeza na voz de Harleen enquanto esta falava o grande mestre então se levantou e foi até a amazona que ainda estava com o rosto abaixado -Harleen...- a amazona assustou-se levemente com a voz do patriarca do santuário, mas logo levantou levemente o rosto -Agradeço por seu relatório, pode voltar a seus afazeres, está dispensada- A amazona sorriu recolocando a máscara no rosto e logo partiu em direção as escadarias sempre deixando seu cosmo baixo. Logo a sua frente estava o jardim de rosas, o longo caminho que separava o salão a qual estava da morada do cavaleiro que admirava de certa forma.

Seus passos foram lentos conforme descia as escadas, conseguia sentir o doce perfume das rosas, o mesmo perfume que havia sentido em Albafica quando o beijou no rosto. O beijo foi justo o momento que havia voltado a sua mente, como se aquele pequeno ato fosse algo proibido " Eu espero que ele tenha esquecido  disso... " a amazona pensava enquanto descia a escadaria até então parar na porta da casa de peixes uma segunda vez - S...Senhor Albafica?  - chamou esperando pelo mesmo

Engoliu seco e estalaram os olhos ao sentir o toque dos lábios de Harleen em seu rosto, seu corpo fervia como nunca antes, era a primeira vez que o santo sentia o toque de alguém de forma tão intima por mais simples que parecesse. Por um momento esboçou virar o rosto para poder finalmente admirar o rosto por trás da máscara, mas por respeito, conteve o movimento quase que instantâneo que havia iniciado.

- Até mais, Harleen. – Respondeu admirando-a ainda sem entender o fervor de seu corpo.


“O que foi isso?! Eu nunca me senti assim... Essa mulher, ela quase me fez cometer um crime contra as leis do santuário, mais um pouco e eu á veria despida de sua máscara! Harleen o que foi que você fez comigo?! – Refletia enquanto a olhava correndo as escadarias até o salão do Grande Mestre.

Quando ela sumiu de sua vista, retornou lentamente para o interior da casa enquanto aguardava ansioso pelo retorno da escorpiana. No tempo em que esteve ausente, o pisciano não conseguia parar de pensar no domínio que ela havia exercido sobre ele um só minuto, estava praticamente em transe lembrando-se dos acontecimentos até que novamente ouviu a doce voz da guardiã da oitava casa anunciando seu retorno.


Novamente caminhou lenta e suavemente até o jardim de rosas diabólicas, aos poucos a figura do santo surgia tendo o brilho de sua armadura realçado pela luz do sol e seus longos cabelos azuis lançados ao vento pela brisa refrescante que os tocava fazendo inclusive com que algumas pétalas de rosas voassem pelo ar.


- Que bom que retornou. Aliás, me desculpe por tê-la feito se atrasar. – Sorriu educadamente: - E então, estávamos na parte onde você tira a sua máscara e me mostra seu rosto, não é?! – Brincou olhando fixamente para a máscara da jovem.

A escorpiana sentia o coração acelerando desde o momento em que havia começado a descer as escadas do salão do grande mestre, sua mente fazia sempre com que voltasse ao momento em que havia dado um beijo no rosto do cavaleiro de peixes  " Porque eu fiz isso? " a mesma se indagava mentalmente enquanto fechava os olhos levemente aguardando a presença do cavaleiro de peixes  " por poucos segundos eu descumpri a ordem mais sagrada dentro do santuário, mas porque eu fiz isso? " sua mente estava completamente nublada pelo medo e ansiedade   - E-Eu disse que iria voltar - harleen falava dando alguns passos para frente até que o comentário do cavaleiro de peixes lhe fez parar e abaixar levemente o rosto deixando as mechas avermelhadas cobrirem sua máscara   - se eu fizesse isso, teria um preço alto demais a se pagar - Era quase palpável a tristeza de Harleen ao tocar naquele assunto, mas a mesma continuou  - Caso uma amazona tenha sua identidade vista, deve matar quem a viu...  - a escorpiana parou de falar respirando fundo e logo retornou - Ou deve amar aquele homem para cometer tal pecado - Harleen levou a destra até a face pálida e dedilhou os detalhes da mesma como se tocasse o próprio rosto - S...Senhor Albafica  - Harleen deteve-se a falar sentindo o perfume doce das rosas daquele lugar e então continuou - Arriscaria tanto assim para ver meu rosto? -

O santo guardião da décima segunda casa do santuário pôde sentir nas palavras a tristeza de sua companheira de ouro, por mais que houvesse sido uma brincadeira acabara por tocar em um assunto delicado para uma amazona, talvez o holandês devesse ter pensado nisso antes de fazer tal comentário.


- Não fique triste, foi apenas uma brincadeira. – Abaixou-se e pegou uma das rosas que compunham o jardim, e ofereceu-a para Harleen antes de concluir: - Alem do mais, alguém com um organismo como o meu não deve esperar viver tanto assim, talvez admirar o seu rosto antes da morte seja uma boa recompensa.



Olhou para a garota que ainda se fazia cabisbaixa, ele então retirou os fios que caiam sobre sua máscara e suavemente os arrumavam atrás da orelha da amazona: - Elas combinam com você... – Virou seu olhar para o imenso mar de rosas diabólicas á sua frente: -... Agora sempre que eu usar uma rosa diabólica ou passar por esse jardim me lembrarei de você.



“ Por mais que eu queira ver seu rosto acima de tudo, não posso depositar esse fardo sobre seus frágeis ombros...”

Respirou fundo e caminhou até um ponto do jardim de onde era possível avistar o vilarejo de Rodorio, nem mesmo ele sabia bem o porquê, mas o santo de peixes tinha um carinho especial por aquele local, talvez pelo fato de passar por ele todos os dias com seu pai em seus momentos de descontração enquanto ainda era criança.

- Sabe, meu pai me levava todos os dias para passear em Rodorio, eles têm maçãs deliciosas por lá... Seria um prazer se um dia pudéssemos caminhar juntos, pode não parecer, mas aquele lugar é incrível!

O perfume das rosas do jardim deixava aquela conversa com um ar perigoso, mas Harleen estava um tanto confiante em sua possível escolha, apesar de parecer triste pelas brincadeira que foi feita pelo cavaleiro " Devo fazer? " a pergunta surgiu em sua mente pouco antes de ouvir a voz de Albafica  " Mesmo a brincadeira mais sutil, tem sempre uma pequena ponta de verdade " a amazona pensava naquelas palavras, mas logo esticava a mão pegando a rosa oferecida pelo cavaleiro, naquele momento acabou sentindo um pequeno pedaço da mão de Albafica o que a fez corar por baixo da máscara  - E-Eu disse que iria voltar - harleen falava dando alguns passos para frente até que o comentário do cavaleiro de peixes lhe fez parar e abaixar levemente o rosto deixando as mechas avermelhadas cobrirem sua máscara   - Suas palavras são tristes, mas doces e gentis - Harleen comentava enquanto observava o cavaleiro de peixes andar pelas rosas. Harleen colocou aquela que lhe havia sido oferecida entre a orelha esquerda prendendo o cabelo - Adoraria conhecer a vila algum dia, mas... - a escorpiana parou por alguns segundos e olhou em direção a decima segunda casa  - Albafica, poderia vir comigo por um instante? - pela primeira vez Harleen não havia sido formal e sem esperar o cavaleiro, entrou na casa parando de costas para o mesmo. Em sua mão estava a máscara que lhe cobria o rosto, esta havia tirado durante a caminhada solitária para aquele local - Você me deu muitos presentes hoje, agora é minha vez - a amazona ainda estava de costas - se quiser ver, fique virado para min, caso não é so virar de costas que irei entender - após a fala, Harleen começou a virar-se de frente para a o santo dourado, esperando que o mesmo estivesse virado para ela naquele momento.

Ficou feliz ao receber a resposta positiva sobre seu convite, desde que se tornara cavaleiro á cerca de três anos, sempre foi sozinho até Rodorio, ter a companhia de Harleen seria mágico para o belo.

Contudo, aquele “sim” não seria a única surpresa daquela tarde, surpreendentemente a escorpiana o convidou para acompanhá-la e foi sozinha em direção ao interior da casa de Peixes, Albafica ao notar que a mesma já havia se dirigido ao local seguiu-a até parar poucos passos atrás dela, foi quando notou que a máscara que outrora repousava em seu rosto estava em uma de suas mãos.


“Será possível?” - Jamais se recusaria a ver o rosto dela, por mais que sua mente dissesse que não, seu desejo não permitiria perder tal oportunidade única e assim o fez mediante as palavras de Harleen, permaneceu parado acompanhando o movimento do corpo da jovem.

Finalmente ele podia contemplar a face da mulher por trás daquela máscara, sua respiração agora se tornava ofegante e outra vez seu corpo fervia como mais cedo, era encantadoramente belo e sedutor o rosto de Harleen. Permaneceram alguns segundos em silêncio,  estava preso na beleza da ruiva e então se aproximou ainda mais dela, levou a mão direita ao rosto e deslizou suavemente pela lateral do mesmo até parar segurando delicadamente seu queixo.


- Você é ainda mais bela do que eu esperava... Deveria ser pecado cobrir seu rosto atrás dessa máscara...Será que é agora que você me mata? – Sussurrou. Estava perto demais a ponto de poder sentir sua respiração, elevar o tom de voz se fazia desnecessário naquele momento. O brilho de seus olhos ia de encontro ao contorno dos lábios da amazona. Inconscientemente, seu braço que estava livre envolveu a cintura da garota e a puxou aproximando ainda mais seus corpos.  

Harleen sentia o coração acelerado enquanto virava o corpo para que o cavaleiro pudesse ver seu rosto   " Que ninguém descubra...Que ninguém descubra... Que ninguém descubra... " o pensamento correu a mente da amazona até que finalmente estava frente a frente com o santo de peixes, mas sem a máscara que lhe cobria a face.  - Albafica... - o nome do cavaleiro se esvaiu dos lábios de Harleen em forma de sussurro   - Achei que iria virar de costas - os olhos da amazona brilhavam em um tom azul muito claro- Fico feliz que tenha visto - O toque do cavaleiro em seu rosto fez com que o local se arrepiasse levemente. Harleen sentiu o rosto corar com o toque do cavaleiro e acabou sorrindo com o comentário. O coração estava acelerado demais, parecia o que o mesmo iria escapar por seus lábios a qualquer momento e a proximidade de seus corpos so piorava aquela sensação em Harleen. Calmamente a amazona pousou a destra no ombro do cavaleiro e notou que sua unha do dedo indicador havia crescido exponencialmente, em seus lábios um pequeno sorriso se fez presente   - Eu não vou te matar - aos poucos fechou os olhos e tornou a abrir os mesmos sentindo a unha voltar ao tamanho normal - Eu não teria essa coragem Albafica. - Harleen levou os lábios até o rosto do cavaleiro e depositou um beijo, uma pequena assinatura proxima aos lábios do mesmo - Preferia morrer a ter de matar-lhe. -

Sorriu ao notar a unha da amazona voltando ao seu tamanho normal, aquele momento distração onde seus olhos se voltavam para a mão da amazona fora o suficiente para então receber um beijo em seu rosto
seguido das doces palavras de Harleen.

O sangue em suas veias fervia, o coração batia tão acelerado que parecia que pularia de seu peito, a mão que delicadamente segurava o rosto da ruiva correu por seu pescoço até segurar sua nuca por baixo dos fios escarlates com certa firmeza, o olhar do santo de peixes agora ia de encontro ao da bela.

Seu rosto lentamente foi se aproximando ao dela e seus olhos se fechando até que seus lábios se tocaram, foi por um breve momento e ambos quebravam mais uma das regras do santuário em segredo na casa de Peixes.


- Sinto muito por isso... – Se desculpava após afastar seus lábios, pouco á pouco ia livrando-a de seus braços com o desejo de mantê-la ali eternamente estampado em seus olhos azuis que fitavam seu rosto revelando uma mistura de admiração e desejo. - ...Eu só... Eu não pude resistir. Perdoe-me.


“O que foi isso? Eu não consegui me controlar e acabei de forçá-la a quebrar uma das regras do santuário e mesmo assim... Mesmo assim não me sinto mal por isso, eu simplesmente quero tomá-la em meus braços outra vez! Harleen, o que você fez comigo?!...”  - Não conseguia sentir culpa ou algo do tipo, ele apenas queria tocá-la novamente, por um instante questionou toda sua existência e ideais simplesmente pelo fato de querer sentir o corpo da ruiva junto ao seu outra vez.

Sua pequena assinatura havia sido deixada no rosto do cavaleiro de peixes, mas talvez tivesse deixado uma marca maior ainda em seu próprio coração. Harleen distraiu-se fazendo o cosmo e a unha escarlate diminuírem até que acabou sentindo a mão do santo dourado a sua frente mudando de posição, conseguia sentir agora o calor que emanava do mesmo em sua nuca, seus dedos embolavam-se nos fios escarlates da escorpiana produzindo um leve arrepio no local  " Que ninguém descubra...Que ninguém descubra... Que ninguém descubra... " por algum motivo aquele pensamento se repetia na mente da amazona. Seus olhos se fechavam pouco a pouco conforme a aproximação do rosto do cavaleiro de peixes até que seus lábios se tocaram. O toque gentil fez o corpo da amazona queimar por dentro e tudo o que desejava era continuar ali, nos braços de tal cavaleiro.  - Não tem problema - Harleen respondia com um suave rubor nas bochechas  - Sei que não fez por mal  - a amazona deu então um pequeno passo para trás sentindo o corpo ainda quente e com o estranho desejo de voltar para junto do de Albafica- Me... Me desculpa por isso - Harleen não conseguiu conter o impulso e acabou voltando para proxima do cavaleiro de peixes e devolvendo suavemente o beijo que outrora ele havia dado. Seus lábios não pareciam ter pressa de nada, somente o suave toque era sentido, junto ao abraço que a amazona dava no pisciano. Pouco depois Harleen abaixou o rosto e afastou alguns passos virando-se de costas para o cavaleiro   - Eu não vou te matar -  ela repetiu baixo e logo olhou por cima dos ombros para o cavaleiro - Eu não ligo de quebrar as regras... ao menos não se você estiver envolvido -

Não sabia qual reação esperar de Harleen, mas certamente a atitude da amazona o deixou ainda mais intrigado sobre seus sentimentos, o beijo desta vez era mais lento que o anterior e transparecia ainda mais o desejo de ambos.

Seu coração acelerou de tal forma, seu desejo era tomá-la e sentir seu corpo de todas as formas, o beijo ao invés de saciar seu desejo apenas alimentava a chama que queimava em seu corpo, era uma toxina mortal e viciante ainda pior que o veneno ao qual esteve exposto durante toda sua vida.

“Seus lábios são tão... macios” – Observou a jovem se afastar e virar de costas para ele proferindo algumas palavras em tom suave e doce.


- Sendo assim... Espero poder te ver mais vezes, Harleen de Escorpião. - Respondeu pausadamente com um sorriso no rosto ao fitar a bela ruiva o olhando por sobre os ombros.

Permaneceu parado apenas admirando a formosura da garota, seu corpo seguia fervendo de desejo uma sensação totalmente nova e assustadoramente boa. O salão da décima segunda casa acabava de se tornar o palco de uma quebra das regras primordiais do santuário, os envolvidos eram dois santos da elite do reino e ainda assim, o “o homem mais belo do santuário” faria tudo de novo um milhão de vezes se fosse necessário para sentir o corpo de Harleen em seus braços.

Harleen sorriu para o cavaleiro, conseguia pela porta ver o sol se pondo lentamente deixando o jardim de rosas com um tom alaranjado remetendo ao fogo, o que deixava aquele ambiente muito mais propicio para a quebra de novas regras, mas ainda sim preocupava-se com um cosmo mais fraco que sentia em aproximação  " Será que fui descoberta? " Seu corpo estremeceu completamente com a pequena ideia de já ter sido descoberta, um ato tão inocente que poderia trazer-lhe severos problemas. A mão esquerda, na qual repousava a mascara, logo foi em direção ao rosto escondendo-o novamente  - Acho que temos compania, Senhor Albafica - a amazona falou um tanto friamente em direção ao rapaz até que uma amazona de escalão menor parou diante do portão de entrada decima segunda casa -Senhorita Harleen, o grande mestre lhe envia para uma nova missão- A amazona sorriu por baixo da mascara e andou em direção ao local onde a amazona enviada estava. Tudo o que havia acontecido naquele local iria perdurar na memória da amazona por muito tempo até que novamente as duas rosas pudessem novamente se encontrar